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domingo, 31 de janeiro de 2010

Para os amantes da literatura...

compartilho esse post no blog .COM PROSA que mostra o documentário Literatura sem bijouterias, apresentado pela tv Escola, sobre Graciliano Ramos, um dos meus conterrâneos que deram orgulho de ser paraibano. Enquanto outros...

A tolice generalizada no twitter

No início achei o twitter uma ótima ferramenta para divulgar as coisas que eu achava interessantes e queria compartilhar com outras pessoas. Comecei a seguir notícias, colunistas de jornal, ONGs, algumas instituições e estava tubo bem. Até que entrou em cena umas ferramentas para ver quem conseguia mais followers. Isso estragou totalmente meu twitter. Não consigo mais acompanhar as notícias que me interessam porque os adolescentes só RT essas ferramentas, ou porque dizem coisas como "estou entediado", "vou almoçar", "não consigo dormir", "bom dia", "boa tarde", "boa noite queridossssss". Assim não dá. Já tentei unfollow vários, mas a velocidade com que eles lhe adicionam é tal que você teria que dedicar sua vida a excluí-los. Pessoas que seria interessante trocar um diálogo, simplesmente não lhe respondem, talvez pensando que você faça parte daquela imensa nuvem de imbecilidades. Portanto, me pergunto agora, apago meu twitter? Faço outro, esperando que a mesma coisa não aconteça? Será que existe um twitter para pessoas mais maduras? Ou o universo é composto de adolescentes que não têm nada a dizer? OMG.

Salve, Salve a política brasileira


Eleições 2010


Meme #desculpa esfarrapada.

Adorei essa...

Me engana que eu gosto!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Invictus (2009)

O nome do novo filme dirigido por Clint Eastwood, e protagonizado por Morgan Freeman como Mandela, se refere aos versos de um poema de William Ernest Henley, (poeta e escritor inglês, 1849 – 1903) transcrito abaixo:

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find me, unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,

I am the master of my fate;
I am the captain of my soul.

Representam também as palavras que consolavam Nelson Mandela, nas horas mais difíceis dos 27 anos em que esteve preso. Foi pensando nelas, que ele se armou para preservar seu espírito de qualquer tipo de ódio que ele pudesse vir a ter por aqueles que o encarceraram.




A história do filme se passa na preparação e competição da copa mundial de rugby ocorrida na África do Sul (1995), que ajudou a minorar um pouco as sequelas sociais e políticas de uma nação que ainda sofria o apartheid. Novamente, Clint Eastwood mostra sua sensibilidade, enquanto diretor, escolhendo mostrar não a luta política, a guerra e a a morte entre negros africanos - maioria miserável - e os boers - elite branca. Se apropriou de um momento, um fato, de inspiração do próprio Mandela, bem mais corriqueiro e banal, porém infalível para unir eventuais oponentes ou uma nação, o esporte.

Tanto o poema quanto o esporte são coisas bastante inspiradoras e motivadoras e fizeram com que, pelo menos por um breve momento, os sul africanos começassem a esquecer suas grandes diferenças. Esse talvez tenha sido o segredo e o legado de Mandela, assim como de outra figura pacificadora, Gandhi - no caso da Índia. Não se utilizar da reviravolta, que o colocou em posição vantajosa em relação aos seus adversários, para vingar-se, mas para construir algo. O esporte deu-lhes um motivo para começar a construir uma nação do menos que nada, de onde só havia ódio e ressentimento. Isto pode ainda não ser uma completa realidade, mas tais coisas só acontecem com um passo de cada vez.

A despeito de muitas vezes o filme levar o espectador às lágrimas - certamente me levou -, senti falta de uma maior presença de Mandela, de sentir como ele realmente era. Talvez eu esperasse que, sendo um líder, não só nacional, mas internacional, ele se apresentasse com grande força, como todos os heróis são. Morgan Freeman não passou isso. Ele não representou um herói, mas construiu uma personagem simples, muitas vezes frágil - mesmo sendo líder da tribo Tembu, com todo o status social que isso lhe trazia junto aos seus pares - e quase ingênua em sua forma de ser e de dar importância às pequenas coisas. Acho que esse é o segredo. A não-violência, a capacidade de perdoar, a doçura ao tratar com todos sem distinção e a consideração. Sem dúvida um grande exemplo de vida e um filme bem construído, na minha opinião - pode haver quem discorde -.

Já assisti alguns filmes sobre a África do Sul nos tempos do apartheid. Um grito de Liberdade (Cry Freedom, 1987, Dir. Richard Attemborough) é um deles e mostra a luta de Stephen Biko, outro líder antiapartheid, contra a censura e a total falta de voz do povo negro. O que aparece sempre é a violência, o terror, o sofrimento. Invictus talvez seja um filme de recuperação, talvez seja necessário mais dessas cenas de união para que um dia as feridas da África do Sul possam cicatrizar.

Até quando?

Gostaria de saber até quando o governo brasileiro vai continuar conivente com a evidente ditadura que se instalou na Venezuela. Chavez, uma mistura antipática de bufão trapalhão e ditador de esquerda boquirroto, tem tomado atitudes que ameaçam qualquer saída democrática para a América Latina - sorte que ainda tem poucos seguidores -, adotando um ideário que há muito está obsoleto. Acho que nem os marxistas contemporâneos adotam mais tal discurso, nem tais atitudes inconsequentes. Esse mundo em que vive Chavez, ficou lá pelos meados do século passado.
Como resultado de suas idiosincrasias a Venezuela vive, neste momento, protesto de estudantes - devidamente dispersado pela polícia, com morte de adolescentes -, demissão de diretor do Banco da Venezuela, renúncia de vice-presidente e ministro da defesa (eram a mesma pessoa) e nomeação para vice do Ministro da Agricultura. Mesmo com essa bagunça declarada em seu próprio país, ela ainda de atreve a, de vez em quando, mostrar aos outros como deve ser uma "democracia" ou a saída para a pobreza de um país.

Aconselho a leitura do artigo de Alberto Dines, A importação indevida, no Observatório da Imprensa.

Internet Slang words - Internet Dictionary - InternetSlang.com

Encontrei esse dicionário de internetês, ou seja, todas aquelas siglas e abreviações que a gente nem sempre entende. Tem umas mais fáceis tipo LOL = laughing out loud, ou AKA = also known as. Mas tem umas coisas que são quase desconhecidas como AAP = always a pleasure, A3 = anywhere, anytime, anyplace, AISI = as I see it. Podem ser engraçadas com as que a gente usa quando está acabando de conhecer alguém ASL = age, sex, location e as meio misteriosas e para troca de segredos como 4YEO = for your eyes onlu.
Entrem no site: Internet Slang words - Internet Dictionary - InternetSlang.com e divirtam-se descobrindo novas formas de digitar mais rápido :L

Vida animal virtual

É impressionante o número de sites que defendem os animais na web. Isso me chamou a atenção a partir de uma campanha que correu o Orkut afora, e que já era uma reação a uma notícia publicada no jornal Zero Hora de Porto Alegre (RS), sobre o assassinato bárbaro de uma cadelinha na cidade. E como diz a Cora Ronái em seu blog, "deixou os leitores gaúchos em estado de choque. Do jornal ela saltou para blogs, grupos de discussão e caixas postais". Eu mesma tomei conhecimento desta campanha através do Orkut. A descrição da comunidade criada com o nome Prendam os assassinos da Preta, relata o que aconteceu com a cadelinha:
"Preta era um cadela de rua que foi amarrada por jovens no pára-choque de um veículo e arrastada por mais de cinco quadras. Pedaços do animal e dos filhotes que nasceriam em um mês ficaram espalhados pelo asfalto.
Essa crueldade ocorreu em Pelotas-RS, em 09 de março de 2005.
Embora Preta tenha sido morta na madrugada de 9 de março, uma quarta-feira, a ocorrência foi registrada somente na madrugada do dia 06/04. Desde aquela noite, as pessoas que costumavam ajudar a cadela e freqüentar o bar onde ela foi amarrada ao pára-choque de um automóvel Ka estavam reunindo provas para fazer a queixa.
A polícia está ouvindo testemunhas, mas já tem três suspeitos. O Ministério Público aguarda a conclusão do inquérito para definir quais providências pode tomar em relação ao caso."
A comunidade ainda está online no Orkut e tem hoje (15/04/2005) 2.939 participantes (comigo). Ainda me espanto o quanto o ser humano pode ser cruel com seres que apenas estão buscando sua sobrevivência. Se eles nos atacam é porque invadimos seu espaço, nunca é a toa. Geralmente é o nosso medo que faz com que os ataquemos primeiro.
Mas, do mesmo modo que existem pessoas que não têm a mínima sensibilidade com o destino de nossos companheiros de planeta, existe aqueles que fazem o possível para ajudá-los. E não falo só de Ongs famosas como o Greenpeace ou a WWF. Descobri que existe uma Tribuna Animal, um site sobre Direito Animal, SOS Gatinhos, Casa do Cão & Gato e muitas outras que ajudam a reparar o dano que o homem, em seu antropocentrismo, causa aos outros seres viventes.
Um amigo meu disse uma vez que não sabia porque se gastava milhões para se salvar uma baleia encalhada numa praia ao invés de se investir em crianças que morrem de fome. Bem, na minha opinião, crianças que morrem de fome e baleias encalhadas fazem parte de um mesmo problema. Ou seja, a forma como os humanos procuram "dominar" a natureza, incluindo-se aí os seus semelhantes. E a questão passa por aí. O homem não se vê mais como parte da natureza. E como nós, homens e mulheres, temos coragem ainda de falar no problema do meio ambiente se não nos colocamos dentro dele?
Endosso completamente o que a Cora Ronái disse a respeito dos juízes e legisladores: "Legisladores que entendem que a vida de um animal vale tão pouco não percebem que, na maioria dos processos, o que está em julgamento não é a vítima, e sim o criminoso. Alguém capaz de matar um ser indefeso desta forma horripilante é capaz de tudo; é alguém inteiramente destituído de sentimentos, que já perdeu toda e qualquer empatia com o sofrimento dos outros".

Livros

Um dos gêneros literários que gosto, quando bem escrito e quando a vida é bem vivida, é memória, biografia. É impressionante quantas vidas foram construídas com tanto significado, sacrifício, alegrias e tristezas. Uma boa sugestão é o livro Desilusões de um americano, de Siri Hustvedt.

A escritora é americana, porém, descendente direta de imigrantes noruegueses e está em seu quarto romance, no qual "cria uma história muito pessoal, em que ficção e realidade se misturam livremente, gerando na mente do leitor uma sensação da mais abrangente intimidade. Construindo a narrativa com enganadora simplicidade, Hustvedt desdobra com maestria os atos e pensamentos de seus personagens de maneira a iluminar os desvãos nem sempre amenos da mente humana."



A história começa "quando o psicanalista Erik Davidsen e sua irmã Inga, ensaísta e professora de filosofia, vasculham os papéis de seu recém-falecido pai, Lars, imigrante norueguês de origem humilde e rural, deparam-se com uma carta assinada por uma certa "Lisa" dando conta da morte de alguém igualmente desconhecido, no passado não inteiramente esclarecido da família. Ao mesmo tempo que se dispõem a rastrear a identidade da misteriosa missivista e seu terrível segredo, Erik e Inga veem-se às voltas com os descaminhos de suas próprias vidas.
Divorciado recentemente, Erik apaixona-se por Miranda - uma designer gráfica negra e mãe solteira da garotinha Eglantine -, que aluga a parte de baixo de sua casa no Brooklin. Ele não demora a constatar que Miranda ainda está ligada ao ex-companheiro, um artista e fotógrafo, com um pé na psicopatia, que se diverte em assediar com requintes sádicos a ex-mulher e seu enamorado senhorio. Inga, por sua vez, tenta superar a morte do marido, Max Blaustein, cultuado escritor e roteirista cuja vida vem sendo vasculhada de forma invasiva por um acadêmico e uma jornalista enxerida.
Intercorrência importante na história são as memórias deixadas pelo pai de Erik e Inga, que revelam a vida dura na fazenda no interior de Minnesota, desde os anos 1920, e sua terrível experiência de combatente no sudeste da Ásia durante a Segunda Guerra Mundial. O interesse sobre essas memórias aumenta consideravelmente quando sabemos, pela própria autora, que elas são reais e saíram do punho de seu pai, que autorizou a filha a fazer uso delas antes de falecer, em 2003.
Descendente direta de imigrantes noruegueses, Siri Hustvedt, em seu quarto romance, cria uma história muito pessoal, em que ficção e realidade se misturam livremente, gerando na mente do leitor uma sensação da mais abrangente intimidade. Construindo a narrativa com enganadora simplicidade, Hustvedt desdobra com maestria os atos e pensamentos de seus personagens de maneira a iluminar os desvãos nem sempre amenos da mente humana."

O livro foi recém-publicado pela Companhia das Letras e pode ser adquirido pelo site da editora ou em qualquer boa livraria.

MP3

Para quem é fã de música, foi lançado, acho que recentemente, pois só soube hoje rsrsrs do Google MP3 para busca de arquivos. O link é http://www.mp3.portalartesom.com/

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Novidade

O Library Thing, site de troca de sugestões de leitura, semelhante ao GoodReads, agora está em português. Cliquem no nome para verificar. É legal!

A surpreendente morte de Brittany Murphy

FONTE: http://www.abril.com.br/noticias/diversao/hospital-confirma-morte-brittany-murphy-521558.shtml

A atriz Brittany Murphy, 32 anos, que tinha uma carreira promissora em Hollywood, foi mais uma vítima do estilo de vida sem sentido e excessivo dos atores. Morreu de overdose às 8h do domingo passado em Beverly Hills. Ela havia trabalhado em bons filmes como “Garota, Interrompida” e “Sin City”, mas como todo ator também, resolveu fazer dinheiro em um filme como "As patricinhas de Beverly Hills".

De qualquer forma sempre lamento a morte de alguém jovem, que poderia dar um sentido à vida ao desenvolver um talento.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Memórias frutíferas

Se tem uma coisa que morro de saudade da minha infância, e que as crianças de hoje não têm mais quase o privilégio, é de ter vivido em um lugar que tinha muito lugar para correr, esconder-se e brincar todo tipo de brincadeira ao ar livre.

As bananeiras ainda existem, mas estão bem fraquinhas.

Fui criada em um bairro, que ainda estava em formação e havia muitos terrenos ainda sem muro, cercas e uma casa aqui outra acolá. Mas o que dava gosto mesmo eram as fruteiras. João Pessoa sempre foi uma cidade de muitas fruteiras. O desenvolvimento urbano só fez acabar com elas e, mesmo assim, em algumas ruas elas ainda servem de arborização.

No lugar de algumas fruteiras, temos um pé de pau brasil
que nessa época do ano fica florido e cheiroso.

Na casa onde eu morava, onde até hoje mora minha mãe, tínhamos todos os tipos de fruteiras: goiabeira, mangueira, pés de pinha, bananeiras, abacateiro, pitangueira, cajueiro, limoeiro, pé de sapoti, coqueiros, limoeiros e chegamos a ter até uma laranjeira - que em toda sua vida só deu uma laranja rsrsrs.

Ao longo dos anos as frutas mudaram, porque os pés ficavam velhos e tinham que ser arrancados, mas até hoje ainda podemos desfrutar - êta palavrinha apropriada rsrsrs - do que o nosso quintal nos fornece.

No lugar da goiabeira, temo araçá, que é da mesma família
só que bem pequena, dá em cachos e é meio azedinha.

Estamos também em plena safra de seriguela. Hmmm é muito bom comer à sombra do pé.



A pinha, ata ou fruta-do-conde era tanta que até
hoje eu não faço mais questão de comer, pois enjoei.



E finalmente, o pé de sapoti, que dá grande parte da sombra do nosso quintal hoje.

São essas e outras coisas que me fazem falta quando estou distante de casa. A tranquilidade, o espaço para meus cachorros vagarem livremente sem ter que vigiá-los todo o tempo.
E acho que Baby é meio budista, ela leva uma vida contemplativa rsrsrs.

Houve um tempo também que a família armava as redes debaixo da mangueira. Meu pai ouvia rádio de ondas curtas. Ainda me lembro da Deutche Welle, Rádio Voz da América e ainda Rádio Tirana, da Albânia, que transmitiam, todas em português, e ficávamos sabendo coisas de terras distantes. Bem, hoje tem a internet, mas tudo na memória tem um gostinho diferente...

Um consolo para os gordinhos

Pessoas "ligeiramente acima do peso" vivem mais que muito magros

da BBC


Pessoas ligeiramente acima do peso tenderiam a viver mais do que quem é obeso ou está abaixo do peso normal, segundo uma pesquisa publicada na revista científica "Journal of American Medical Association".
O estudo feito pelo Centro Americano de Controle de Doenças analisou dados de três pesquisas americanas sobre saúde e nutrição realizadas nos anos 70, 80 e 90.
Os pesquisadores utilizaram o índice de massa corpórea (IMC), que é o peso dividido pela altura ao quadrado. A faixa de IMC de pessoas normais vai de 18,5 a 25, sendo que um índice acima de 30 caracteriza obesidade.
Eles descobriram que pessoas com o IMC acima de 25, mas abaixo de 30, não teriam uma expectativa de vida menor.
Obesidade ruim
A maior expectativa de vida foi encontrada em pessoas com IMC de 25, na fronteira entre o peso ideal e estar acima do peso.
Outra descoberta do estudo foi que o risco de morte ligado à obesidade diminuiu ao longo das décadas.
Eles dizem que isso acontece porque as pessoas vêm adotando um estilo de vida mais saudável e contando com melhores recursos da medicina.
Especialistas, entretanto, afirmam que o estudo apenas levou em conta a expectativa de vida das pessoas e não doenças relacionadas com excesso de peso.
"Não existe a menor dúvida de que ser obeso é ruim para você", diz William Cochran, nutricionista do Sistema de Saúde Geisinger, na Pensilvânia, Estados Unidos.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Chanana

Aos maliciosos de plantão, Chanana é o nome da flor Turnera ulmifolia, que por sinal enchia o quintal da minha casa de infância quando cheguei aqui em João Pessoa no fim de 2009. Não sei porque no Brasil não se valoriza as flores silvestres, elas não precisam de tantos cuidados para cultivar e transformariam qualquer jardim em uma festa se tomada em seu conjunto. Em outros países, as flores silvestres são bastante valorizadas. As nossas, tadinhas, são apenas mato.



 

Mascote da liberdade



LEGENDA: Hoje, o governo anunciou que mudará seu símbolo nacional para uma CAMISINHA, pois reflete mais precisamente sua postura política. Uma camisinha leva em conta a inflação, pára a produção, destrói a próxima geração, protege um bando de idiotas e lhe dá um sentimento de segurança enquanto você está sendo literalmente fodido.

Pôxa, não poderia ser mais preciso que isso.

Alien. O oitavo passageiro.

E dizem ainda que é filme de terror.


Nós mulheres, realmente, somos muito mais observadoras


Onde ele pensa que vai?


Dizem que a curiosidade matou o gato...

Será?


Ou foi o mico?

Humor ótimo

Hoje meu humor está ótimo. Vou colocar algumas coisinhas divertidas no blog.
Vocês nunca se perguntaram por que, em algumas famílias, tem sempre um filho que não se parece em nada com os pais ou os outros irmãos?


FONTE: http://i.imgur.com/J3I5S.jpg





Por favor, se não souber nadar, use colete salva-vidas


FONTE: http://i.imgur.com/xKLib.jpg

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Up in the air de Jason Reitman






Assisti ao filme Up in the air (Amor sem escalas), Jason Reitman - que venceu o Globo de Ouro de melhor roteiro - uma boa indicação para o Oscar 2009, aguardem -, diretor de Obrigado por fumar e Juno. O título em português nada tem a ver com a história que assistimos na tela. Up in the air significa, mais ou menos,  suspenso no ar e isso descreveria muito bem o estilo de vida da personagem Ryan Bingham (George Clooney), que passa sua vida entre um aeroporto e outro, entre um hotel e outro, executando seu trabalho de demitir pessoas das empresas. Esclarecendo: ele é funcionário de uma empresa que é contratada para demitir funcionários de várias outras, ao longo de todos os Estados Unidos. Trabalho que executa de forma educada, limpa, indolor, impessal e sem emoções. Afinal aí reside toda a arte de seu ofício: dizer a pessoas que trabalham há 17, 20 anos em uma empresa, que já passam muitas vezes dos 50 anos, que não serão mais necessários mas, por outro lado, não devem encarar isso como o fim, e sim como uma oportunidade de recomeçar.

 
 Fonte: Movieweb

A vida de Ryan dá uma guinada quando Natalie (Anna Kendrick de Lua Nova) é contratada pela empresa para transformar todo o processo de trabalho dos "demissores", devido aos altos custos com passagens e hotéis. Ela pretende que a empresa passa agora a demitir pessoas através de teleconferência - mais tecnologia, mais impessoalidade. Ele quase entra em pânico com essa transformação, pois sabe que este trabalho tem que ser feito cara a cara,  mesmo que seja por um completo estranho. Além disso, dos 365 dias do ano, passa quase 300 viajando e não sabe muito bem o que fazer em casa. Fica feliz quando tem que novamente, fazer sua mala de forma tão metódica que chega a parecer obsessivo. Ele é desligado das pessoas e não tem amigos. É mais conhecido por funcionários de companhias aéreas, bares de aeroporto e de hotéis do que por sua família. Seu grande objetivo é acumular milhagens para tornar-se um cliente mais do que VIP. Ao completar 1 milhão em pontos de milhagem, ele ganha um cartão fidelidade com o qual nunca mais será necessário pagar pelas passagens.

 
 Fonte: Movieweb

Nessas viagens, em um dos inúmeros aeroportos em que passa o tempo, ele conhece Alex (Vera Farmiga de Os infiltrados, A órfã e o Menino do pijama listrado), com quem passa a ter um caso sempre que se encontram na mesma cidade. Ela também não quer laços, nem compromisso eestá satisfeita com sua vida de viajante e leva na brincadeira  as demonstrações de afetividade de Ryan. No entanto, na companhia de Alex, Ryan começa a questionar seu estilo de vida errante. Começa a pensar que se estabelecer não seria tão ruim assim.


Porém... para não estragar o prazer de quem ainda não assistiu o filme, não vou mais entrar em outros detalhes. Mas quero que confiem em mim, Amor sem escalas é um filme agradável de se assistir, tem momentos engraçadíssimos e ainda nos faz refletir sobre nossas vidas, nossos relacionamentos e onde estamos posicionados nesta sociedade líquida (para usar um termo de Zygmunt Bauman), que nos faz morar onde não temos raízes, mas onde temos emprego, não se ligando a ninguém de forma consistente e mais profunda. E principalmente, como é duro envelhecer em uma sociedade em que o valor do indivíduo é ter dinheiro ou utilidade. Se você não tem nenhum dos dois, sua vida poderá ter um amargo ocaso. Uma das coisas chocantes que Ryan diz a Natalie, quando ela diz chorando no aeroporto que o namorado deu o fora nela através de uma mensagem de texto no celular e que ela esperava envelhecer com ele. Pergunta como é que Ryan não tem medo de morrer e ninguém estar lá com ele. Ele responde: - Todos estamos sozinhos na vida e que todos morreremos sós. Triste para o que parecia uma comédia.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Nasa divulga imagem inédita de dunas em cratera de Marte


E  não conseguiram ver nem o Morro do Careca nem o Midway Mall.

Internet gossip

Hoje saiu no twitter, aliás só uma pessoa disse isso, que Johnny Depp tinha morrido em acidente de carro. Nenhum jornal noticiou, nada... na verdade, é impossível que alguém com esta aparência e engajado do jeito que ele é tenha morrido. Me recuso a acreditar.  :(



1, 2, 3... já

FONTE: http://jbonline.terra.com.br/editorias/sociedadeaberta/

Vamos lá torcedores, começou a corrida presidencial. Será que Lula corta mais faixas de inauguração do que Serra derruba os obstáculos do PAC? Vamos fazer um bolão...

I love dogs


Adoro animais de todos os tipos, mas de longe adoro os cães. São realmente as criaturas mais fiéis e sinceras que qualquer ser humano poderia encontrar. Gostam de servir e retribuem em dobro o carinho que recebem. Geralmente, nas tragédias, todos nos preocupamos com as pessoas é claro - elas sofrem e não merecem isso -, todos saúdam os bombeiros, a Cruz Vermelha, alguns heróis anônimos, mas alguém observa também que muitos sobreviventes devem a sua vida ao trabalho dos cães? Eles conseguem entrar onde os humanos não conseguem, seus sentidos são muito mais desenvolvidos para ouvir/sentir as pessoas debilitadas que se encontram ainda vivas debaixo de escombros. E uma coisa importante, só fazem isso por causa do amor que dedicam ao seu dono - bombeiro, soldado, voluntário etc. Ao vínculo que se forma entre ele e o ser humano.

É inegável que cachorrinhos de raça são lindos, mas justamente por serem de raça, apresentam problemas genéticos, às vezes graves, cujos donos nunca pensam antes de adotar. Os vira-latas porém são os mais resistentes, embora nem sempre garbosos, peludinhos e bonitinhos como os de raça. Mas seu espírito é tão fiel quanto qualquer ser desta espécie. Por isso, ame um vira-lata e entrem nas campanhas de adoção, ou se não quiserem ter um em casa, existem mil maneiras de ajudar. A adoção à distância é uma delas. Basta comprar produtos [camisetas, bonés...] de uma Ong. Se não quiser doar dinheiro pode contribuir também doando desde ração até material de construção e limpeza para os abrigos de sua cidade. Afinal, como já disse Antonio Magri, ex-ministro do trabalho do governo Collor de Melo, quando foi flagrado passeando com o animal de estimação no carro oficial: cachorro também é gente. E o que eu gostaria é que, como ele também disse uma outra vez, que nosso amor por eles fosse imexível.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Visual 2010

Após tentar modificar o layout do meu antigo blog "A vida é uma teia", descobri que o menor vacilo nos códigos XML gera o caos. Por sorte, consegui salvar grande parte do arquivo de postagens antigo e, literalmente, fazer uma faxina, escolhendo apenas meus preferidos para colocar nesse novo visual. Espero que gostem e espero também ter um maior número de seguidores.

O Haiti não é aqui

Uma das coisas que mais entristecem é quando uma tragédia vira moda. O Haiti há anos tem sido vítima de uma elite branca e mesmo cruel, uma maioria de descendentes de escravos paupérrima e, só para piorar, ainda se localiza em uma ilha sujeita a terremotos e furacões frequentes. De repente virou o queridinho da mídia, isso até surgir outra tragédia maior ou algum escândalo de uma celebridade. Não que o ocorrido nesse pequeno país seja irrelavante. Pelo contrário, é muitíssimo relevante. Tanto que não deveria merecer apenas os 15 minutos de fama.

Por outro lado, o Haiti é vizinho da Costa Rica, um país-balneário frequentado por americanos ricos (até a década de 1950 era Cuba) e onde há uma base militar americana. O famoso caso do primo rico, primo pobre. Nunca ninguém olhou para o Haiti, mesmo com todos os avisos de alguns países e entidades humanitárias, incluindo o Brasil, como um lugar que precisava de ajuda. Afinal, não tem petróleo ou outros recursos naturais para serem explorados. Além disso, até países africanos frequentam mais os noticiários - sempre com desgraças lógico - do que esta metade de ilha.

Juntando-se a isso, a elite do país nutre um desrespeito e desprezo ainda maior do que outros países de terceiro mundo em relação a seu próprio povo. Fato comprovado pelo video gravado pelo SBT, visto abaixo.



Como acontece com muitas notícias, principalmente quando criadas por homens públicos que não medem suas palavras, a desculpa posterior de nada vale diante da gravidade do fato. Não há desculpas que consigam apagar o menosprezo pela dignidade do outro, como mostra a entrevista do cônsul. A única coisa que poderia talvez recuperar um pouco desta dignidade seria a demissão sumária de tal sujeito e uma vontade política não só de reconstruir o país em termos materiais, mas também uma reconstrução política. E isso só acontece com compaixão e respeito por aqueles que sofrem.

Controle da natalidade



FONTE: http://i.imgur.com/QgBQJ.gif

#CINEMAJA #MOSSORÓ

Promovam a campanha no Twitter #CINEMAJA #MOSSORO e também através da comunidade do Orkut. Não tem sentido uma cidade de quase 300 mil habitantes não ter uma sala de cinema sequer.

PÉROLAS DO ENEM 2009

Quando eu era um pouco mais jovem - e mais iludida - achava que a profissão de professor era,além de respeitável, uma grande oportunidade para continuar estudando. Ensinar coisas novas para os outros era, para mim, algo meio mágico. Despertar a curiosidade de alguém, nem se fala.


Hoje, depois de 13 anos de magistério no ensino superior não tenho mais muitas ilusões. O sistema está cada vez mais burro, paternalista e burocrático. A escola e a universidade parecem não atender mais aos interesses de alunos e professores, nem preparar os alunos para a "vida real", fora do mundo de fantasia da academia. Chegam cada vez mais alunos sem preparo, sem vivência de nada e meio que alheios ao mundo que os cerca. Isso se reflete nas pérolas do ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio, divulgadas  todos os anos na internet.


Como disseram no e-mail que recebi "é triste, mas não dá pra segurar o riso". Ou seja, o ensino brasileiro é uma grande tragicomédia, que muitas vezes se torna tragédia para quem se dedica ao ensino superior. O que nos dá esperança, talvez, seja uns 10%, se tanto, de alunos que realmente desejam ter uma formação de qualidade. É nesses que temos que investir nosso fôlego e esforço.


A seguir os vencedores do ano passado. [e-mail recebido]


O tema da redação do ENEM 2009 foi Aquecimento Global e como acontece todo ano, não faltaram preciosidades.

1. "o problema da amazônia tem uma percussão mundial. Várias Ongs já se estalaram na floresta."(percussão e estalos. Vai ficar animado o negócio)

2. "A amazônia é explorada de forma piedosa."

3. "Vamos nos unir juntos de mãos dadas para salvar planeta."(tamo junto nessa, companheiro. Mais juntos, impossível)

4. "A floresta tá ali paradinha no lugar dela e vem o homem e créu."

5. "Tem que destruir os destruidores por que o destruimento salva a floresta." (pra deixar bem claro o tamanho da destruição).

6. "O grande excesso de desmatamento exagerado é a causa da devastação."(pleonasmo é a lei)

7. "Espero que o desmatamento seja instinto."

8. "A floresta está cheia de animais já extintos. Tem que parar de desmatar para que os animais que estão extintos possam se reproduzirem e aumentarem seu número respirando um ar mais limpo."(o verdadeiro milagre da vida)

9. "A emoção de poluentes atmosféricos aquece a floresta."

10. "Tem empresas que contribui para a realização de árvores renováveis."(todo mundo na vida tem que ter um filho, escrever um livro, e realizar uma árvore renovável)

11. "Animais ficam sem comida e sem dormida por causa das queimadas."(esqueceu que também ficam sem o home theater e os dvd's da coleção do Chaves)

12. "Precisamos de oxigênio para nossa vida eterna." AMÉM!

13. "Os desmatadores cortam árvores naturais da natureza."

14. "A principal vítima do desmatamento é a vida ecológica."

15. "A amazônia tem valor ambiental ilastimável."

16. "Explorar sem atingir árvores sedentárias." (peguem só as que estiverem fazendo caminhadas e flexões)

17. "Os estrangeiros já demonstraram diversas fezes enteresse pela amazônia."

18. "Paremos e reflitemos." (Ótimo! Antes ou depois da floresta acabar e morrermos sufocados pelo monóxido de carbônico?)

19. "A floresta amazônica não pode ser destruída por pessoas não autorizadas. "

20. "Retirada claudestina de árvores." (caráulio)

21. "Temos que criar leis legais contra isso."

22. "A camada de ozonel." (Chris O'Zonnell?)

23. "a amazônia está sendo devastada por pessoas que não tem senso de humor." (Pode crer! A solução é colocar lá o pessoal do Zorra Total pra cortar árvores)

24. "A cada hora, muitas árvores são derrubadas por mãos poluídas sem coração."(para fabricar o papel onde ele fica escrevendo asneiras)

25. "A amazônia está sofrendo um grande, enorme e profundíssimo desmatamento devastador, intenso e imperdoável." (campeão da categoria "maior enchedor de lingüiça")

26. "Vamos gritar não à devastação e sim à reflorestação. (NÃO!)

27. "Uma vez que se paga uma punição xis, se ganha depois vários xises."

28. "A natureza está cobrando uma atitude mais energética dos governantes. " (red bull neles - dizem as árvores)

29. "O povo amazônico está sendo usado como bote expiatório" (ótima)

30. "O aumento da temperatura na terra está cada vez mais aumentando."

31. "Na floresta amazônica tem muitos animais: passarinhos, leões, ursos, etc." (deve ser a globalização)

32. "Convivemos com a merchendagem e a politicagem. "

33. "Na cama dos deputados foram votadas muitas leis." (Não tenha a menor dúvida disso!)

34. "Os dismatamentos é a fonte de inlegalidade e distruição da froresta amazonia."

35. "O que vamos deixar para nossos antecedentes? " (dicionários)

Se isso continua moda...



Quero não... mas nada contra quem gosta!

Anyway...


O 67º Globo de Ouro, além de Sandra Bullock mandar ver em Meryll Streep, mostrou uma prévia do Oscar deste ano. Como poderia se esperar AVATAR. Tem uma história atraente, efeitos especiais que, infelizmente, não vi em 3D, mas mesmo assim vale a pena. Na verdade, acho que Avatar vale a pena até vere o making off, que deve vir bombando quando sair o DVD. Outro prestigiado da noite de ontem foi a comédia, Se beber, não case, que não vi porque sempre desconfio das comédias. Acho muito difícil achar uma realmente boa.

FONTE: http://cinema.cineclick.uol.com.br/noticia/carregar/titulo/sandra-bullock-e-meryl-streep-se-beijam-e-roubam-a-cena-em-premiacao/id/25202

Cuidado em quem vc vai votar em 2010

LEGENDA: "Não roube, o governo detesta competição".

Dois e Dois: Quatro, de Ferreira Gullar

Como dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena


Como teus olhos são claros
e a tua pele, morena

como é azul o oceano
e a lagoa, serena
como um tempo de alegria
por trás do terror me acena

e a noite carrega o dia
no seu colo de açucena

– sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena

mesmo que o pão seja caro
e a liberdade, pequena.

Trecho

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
“Navegar é preciso; viver não é preciso.
Quero para mim o espírito desta frase, transformada
[a forma para a casar com o que sou:
“Viver não é necessário; o que é necessário é criar."


                                                                           Fernando Pessoa

Vida de Mário Quintana

Esse poema fala por si, assim como todos os de Quintana. Ele tem todas as características que gosto. É breve, meio hermético às vezes, mas sempre toca nosso coração.






VIDA

O que querem de mim essas árvores
essas velhas esquinas
para ficarem tão minhas só de as olhar um momento.

Ah! se exigirem documentos aí do Outro Lado,
extintas as outras memórias,
só poderei mostrar-lhes as folhas soltas de um álbum de imagens:
aqui uma pedra lisa, ali um cavalo parado
ou
uma
nuvem perdida,
perdida...

Meu Deus, que modo estranho de contar uma vida!

Uma Arte, de Elizabeth Bishop


Esta poesia foi um presente do mesmo amigo do mestrado, Rodorval, na ocasião em que perdi meu pai. Ela, mesmo sendo muito dolorida para quem já perdeu alguém ou algo que lhe era muito caro, é também uma lição de como devemos nos desapegar das coisas, pois nem as coisas nem as pessoas são nossas.

"Elizabeth Bishop, americana, viveu no Brasil e toda sua vida toda teria dificuldades para sustentar sua carreira, dependia bastante de doações, empréstimos, prêmios e outros incentivos universitários. Em 1951, ao receber 2,500 dólares do Bryn Mawr College (importância então considerável) pode decidir-se a navegar ao redor da América do Sul. Chegou a Santos em Novembro, esperando ficar duas semanas, para desfrutar da paisagem numa curta pausa de sua semanas em sua longa viagem, mas sua estada se estendeu por mais de vinte anos.

O Brasil marcou sua vida como temática de numerosos poemas, contos e cartas, e, como afirma a obra «Brasiliana da Biblioteca Nacional», de 2001, em sua página 107, «como vivência afetiva, pautada sobretudo pela longa relação amorosa com Lota Macedo Soares Tal amizade lhe daria estabilidade e amor e estabeleceu residência no Rio de Janeiro, depois nos arredores, em Petrópolis e mais tarde em Ouro Preto .

Diz a mesma obra: «Representante ilustre da poesia moderna norte-americana, Bishop residiu no Brasil como estrangeira voluntariamente exilada de seu país, mas profundamente conectada com o movimento cultural norte-americano», principalmente com o poeta  Robert Loewe e com sua mentora Marianne Moore. (....) «Traduziu poemas dos principais expoentes do modernismo brasileiro e manteve relações cordiais com vários desses artistas.»
Chegou no último governo Vargas, documentou o suicídio do presidente, viu a ascensão de JK e a queda de Jango Goulart . Endossava as opiniões de sua namorada Lota, paisagista e amiga de Carlos Lacerda, partidária de posições udenistas. Com simpatias pelo partido democrático nos Estados Unidos, críticas ao sistema de segregação racial norte-americano, assumiu no Brasil uma posição antiesquerdista. Mas a verdade é que a política jamais foi tema de interesse central para ela. Sua percepção das contradições brasileiras é sutil e perspicaz em poemas sobre a paisagem de Santarém/PA , por exemplo, na evocação das chuvas tropicais, na sátira social explícita (poema Pink Dog, por exemplo) no retrato dos pobres urbanos.

Vendendo a casa de Ouro Preto após o suicídio de Lota, no início da década de 1970 retornou defitinivamente aos Estados Unidos.

Enquanto vivia no Brasil, em 1956 recebeu o prêmio Pulitzer pelo livro «North & South — A Cold Spring». Receberia mais tarde o Prêmio Nacional do Livro (the National Book Award) e o prêmio nacional do círculo dos Críticos literários (the National Book Critics Circle Award) assim como duas bolsas Guggenheim e uma da Ingram Merrill Foundation. Tornou-se poeta residente na Universidade de Harvard em 1969. Começou em 1971 uma amizade íntima com Alice Methfessel que duraria até sua morte em 1979.


Em 1976, foi a primeira mulher a receber o International Neustadt Prize for Literature (prêmio internacional Neustadt de Literatura) e continua sendo o único americano a recebê-lo.

Escreveu muito para a revista The New Yorker, e em 1964 escreveu o obituário de Flannery O'Connor para a The New York Review of Books. Fazia muitas conferências, e durante uns poucos anos ensinou na Universidade de Washington, antes de se mudar para Harvard por sete anos. Ensinou ainda na Universidade de Nova Iorque, antes de terminar seus dias de ensino no Massachussetts Institute of Technology (MIT).

Gastava meses, por vezes anos, escrevendo um poema apenas, trabalhando para obter um sentido de espontaneidade. Apaixonada pela exatidão, recriou os mundos do Canadá, Améria, Europa e Brasil. Não admitia ter pena de si mesma, mas seus poemas mal escondem todas as dificuldades como mulher, como lésbica, como órfã, como viajante sem raízes, ou asmática frequentemente hospitalizada, mulher que sofria de depressão e por vezes alcoolismo.



"I'm not interested in big-scale work as such," disse uma vez a Lowell. "Something needn't be large to be good." O que simplesmente quer dizer que não estava intressada por trabalho em larga escala, por não acreditar que algo precisasse ser grande para ser bom…

(Trecho biográfico retirado da Wikipédia)

Bem, agora vamos lá à poesia que se denomina UMA ARTE:


A arte de perder não tarda aprender;
tantas coisas parecem feitas com o molde
da perda que o perdê-las não traz desastre.

Perca algo a cada dia.
Aceita o susto
de perder chaves,
e a hora passada embalde.
A arte de perder não tarda aprender.

Pratica perder mais rápido mil coisas mais:
lugares, nomes, onde pensaste de férias ir.
Nenhuma perda trará desastre.

Perdi o relógio de minha mãe.
A última,
ou a penúltima, de minhas casas queridas
foi-se. Não tarda aprender, a arte de perder.

Perdi duas cidades, eram deliciosas. E,
pior, alguns reinos que tive, dois rios, um
continente. Sinto sua falta, nenhum desastre.

— Mesmo perder-te a ti (a voz que ria, um ente
amado), mentir não posso. É evidente:
a arte de perder muito não tarda aprender,
embora a perda - escreva tudo! - lembre desastre.

Gêmeos - meu signo do Zodíaco





Essa poesia, que desconheço o autor, me foi dada no meu aniversário por um amigo muito querido quando fazia Mestrado, lá pelos idos de 1994 [rsrsrs] na UFPB.


21 de maio a 20 de junho



Fica ao menos uma vez por trimestre
em tua casa, só com ela
e com tua gente,
por muito que Mercurio
te convide ao movimento.
Te fará muito bem ficar olhando
o abrir-se silencioso de uma rosa,
ou a brincadeira dos pombos
no meio da praça pública.

Aproveita mais de um entardecer
para olhar – se possível bem de perto -
o semblante castigado
dos que voltam, depois de haver vendido
sua força de trabalho:
no fundo dos olhos deles
arde, feroz, a esperança.

Que não te preocupe tanto
tua insegurança: este ano a dominarás
para sempre,
graças à opção a que a vida te obrigará.
E descobrirás, nos desvãos do teu peito,
poderosos mananciais,
enquanto janelas se abrirão
diante dos teus olhos
nos muros mais espessos.

Mas a culpa será tua
se o teu amor acaba.
A mulher nascida em gêmeos
deve, mais do que nunca jamais,
fazer valer sua proclamada independência,
entregando-se, luminosa e serena,
ao seu escolhido homem.

Mas convém evitar as cores esdrúxulas
durante os primeiros decanatos.
E tu, que no fundo queres agarrar a estrela,
não te inventes mais atalhos, já chega.
Continua em teu caminho
e atravessarás o arco-iris.

Coleções

Tem umas coisas que a gente coleciona ao longo dos anos. Eu particularmente junto muitas coisas desnecessárias, que quando embaladas não se dá por falta delas... é aí que vemos o quanto são inúteis. No entanto, é penoso desfazer-se delas, mesmo assim repassamos para alguém que goste ou precise, pois assim elas terão um destino mais nobre do que o que teriam em nossas mãos.

Às vezes, nossa vida pode ser um brechó - gosto da idéia, mesmo que esteja meio em desuso nos dias de hoje. Quando fazia universidade, eu e algumas colegas organizávamos brechós. Levávamos roupas, sapatos, bolsas, objetos de uso pessoal e vendíamos a preços módicos umas para as outras. Era um pretexto para nos reunirmos e comer salgadinho com refrigerante ou cerveja e colocar as fofocas em dia. Hoje, as pessoas não querem coisas usadas, mas quando as compram novas nem sempre as usam. Por isso a reciclagem é algo para poucas pessoas de imaginação. O reuso das coisas exige criatividade, ver em um objeto outra coisa.

Quando adolescente eu observava meu pai juntar muitas coisas na rua... pregos, porcas, parafusos, pedaços de arame, pedaços de cano e assim por diante. Juntava até embalagens de balas, chocolates e outros papéis brilhosos e cacos de vidros coloridos, e disso, me fez um caleidoscópio que eu adorava. Eu perguntava, por que o senhor junta tanto lixo? Ele dizia:  - Um dia posso precisar. E realmente, quando ele queria fazer um conserto sempre tinha uma pecinha que servia. Eu herdei muito disso nele, exceto catar as coisas no meio da rua :).

Mas gosto de saber consertar, reaproveitar, dar novos usos, remodelar. Pena que, por força da profissão, não tenha tempo para isso. Acho que poderia facilmente viver de artesanato. Mas só se fosse em um lugar como Penedo/RJ ou Visconde de Mauá, lugar de refúgio dos bichos-grilos dos anos 1960 e 1970, quando ainda existiam os hippies. Lá porém, o artesanato não é grosseiro, é arte. Mas gostaria de morar em um lugar como esse, ou o sul de Minas Gerais. Terras simples e criativas, cujos artesãos orgulham-se de fazer bem feito e bonito aos olhos, gostoso ao paladar.

Bem, mas falo tudo isso para colocar neste blog uma pequena coleção de trechos de poesias, poesias completas, máximas e frases - coleção - que gosto e que acumulei durante os anos. Nos momentos em que as recolhi tinha um profundo significado para mim e que gostaria de compartilhar com meus - poucos - leitores.

Desejos de Ano Novo


No final de 2009, mandei esta mensagem para vários amigos virtuais ou não. Mas lembrei que posso compartilhá-la com o mundo inteiro - se o mundo todo conseguir visualizar meu blog, o que duvido >:D . É um poema creditado a Victor Hugo, embora eu não tenha certeza, já que na internet qualquer coisa - mesmo as mais lindas - pode ser creditada a qualquer um.


Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo, pois, que não seja assim
Mas se for, saiba ser sem se desesperar
Desejo também que tenha amigos
Que mesmo maus e inconseqüentes
Sejam corajosos e fiéis
E que pelo menos em um deles
Você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim
Desejo ainda que você tenha inimigos
Nem muitos, nem poucos
Mas na medida exata para que
Algumas vezes você se interpele
A respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles
Haja pelo menos um que seja justo.

Desejo depois, que você seja útil
Mas não insubstituível
E que nos maus momentos
Quando não restar mais nada
Essa utilidade seja suficiente
Para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante
Não com os que erram pouco
Porque isso é fácil
Mas com os que erram muito e irremediavelmente
E que fazendo bom uso dessa tolerância
Você sirva de exemplo aos outros.


Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais
E que sendo maduro
Não insista em rejuvenescer
E que sendo velho
Não se dedique ao desespero
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor.

Desejo, por sinal, que você seja triste
Não o ano todo, mas apenas um dia
Mas que nesse dia
Descubra que o riso diário é bom
O riso habitual é insosso
E o riso constante é insano.

Desejo que você descubra
Com o máximo de urgência
Acima e a respeito de tudo
Que existem oprimidos, injustiçados e infelizes
E que estão bem à sua volta
Desejo ainda
Que você afague um gato, alimente um cuco
E ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também
Que você plante uma semente, por menor que seja
E acompanhe o seu crescimento
Para que você saiba
De quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro
Porque é preciso ser prático
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele na sua frente e diga:
"Isso é meu"
Só para que fique bem claro
Quem é o dono de quem.

Desejo também
Que nenhum de seus afetos morra
Por eles e por você
Mas que se morrer
Você possa chorar sem se lamentar
E sofrer sem se culpar.

Desejo por fim
Que você sendo homem, tenha uma boa mulher
E que sendo mulher, tenha um bom homem
Que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes
E quando estiverem exaustos e sorridentes
Ainda haja amor pra recomeçar.

E se tudo isso acontecer
Não tenho mais nada a lhe desejar.
ABRAÇOS A TODOS E UM FELIZ E PRODUTIVO 2010!

Um Holmes diferente


Há algum tempo atrás Robert Downey, Jr., uma das grandes promessas do cinema da atualidade quase entrou no ostracismo hollywoodiano devido a seus problemas com as drogas. Muitos lamentaram, pois se perguntavam como alguém tão talentoso poderia se destruir por tal banalidade. Claro que se sabe que toda Hollywood se utiliza de narcóticos de todas as especies, mas Downey Jr. tornou-se o alvo de muitos críticos, até mais do que outros artistas por alguma razão bizarra.

Então ele fez Iron Man e a maioria das pessoas foi conquistada pelo seu retrato brilhante, bajulador e sexy de Tony Stark. Depois veio a comédia Tropic Thunder e o filme O Solista, e novamente todos se admiraram com sua grande atuação. E agora, antes de terminar 2009 e antes de Iron Man 2, que será lançado a partir de maio de 2010, Downey Jr. colocou seu chapéu de herói para estrelar outra ficção legendária e favorita do público. Ao contrário de outras personagens encenadas em filmes anteriores, nos quais a personagem era esnobe e um perfeito gentleman vitoriano, Downey Jr. não se comporta como tal. Muitas vezes, seu comportamento chega às raias da malandragem, quando usa dispositivos para abrir portas fechadas, truques de química e participa de lutas de box para chegar até os bandidos como Sherlock Holmes.


Holmes dá uma virada na frase "Afofe meu travesseiro" -
um Sherlock Holmes extremamente interrogativo (Robert Downey, Jr.)

Todos nós sabemos que não é a primeira vez que Sherlock Holmes, e sua extensa corte literária, foi trazido às telas do cinema e ao teatro. Existem fãs desde as séries dos anos 1930 e 1940 estreladas por Basil Rathbone.

O que quero dizer é que, uma vez que não li grande parcela das histórias originais de Sherlock escritas por Sir Arthur Conan Doyle, não posso afirmar se esta adaptação de 2009 segue literalmente seus contos. Estou avaliando como uma fã de cinema que está relativamente familiarizada com Sherlock Holmes, mas que não é, absolutamente, uma expert sobre a personagem.

Esta história de Sherlock tem Sherlock e Dr. John Watson (Robert Downey, Jr. e Jude Law, respectivamente) vencendo um vilão escorregadio conhecido como Lord Blackwood (Mark Strong). Com o praticante de ocultismo preso e logo executado por seus crimes, Dr. Watson decide que é hora de seguir para outro nível em sua vida: o "sagrado casamento".

Sherlock fica profundamente aborrecido (acho até que rola um ciúme meio homo na história...) pois seu prezado parceiro logo deixará o time, mas seu ar carrancudo logo se desfaz quando se descobre que Lord Blackwood ressuscitou dos mortos. Relutantemente, Dr. Watson volta a suas investigações para ajudar Sherlock a derrotar Lord Blackwood e seu esquema de dominação do mundo. Para tornar as coisas mais interessantes (ou complicadas, dependendo do ponto de vista) uma velha chama do passado de Sherlock, Irene Adler (Rachel McAdams), retorna a cidade justamente na hora da caça.


Dois britânicos e uma garota de Nova Jersey -
Dr. John Watson (Jude Law), Sherlock Holmes
(Robert Downey, Jr.) e Irene Adler (Rachel McAdams)

Não sei o que é mais peculiar: colocar no elenco o "lindo" Jude Law como Dr. Watson ou ver um diretor de cinema independente, Guy Ritchie (ex de Madonna), comandar um blockbuster. De qualquer maneira, gostei muito de Sherlock Holmes. É divertido e tem suspense, mas também é inteligente. E acho que é melhor que seja, já que o roteiro foi escrito por quatro pessoas (Lionel Wigram escreveu a história. Michael Robert Johnson, Anthony Peckham e Simon Kinberg fizeram o script).

Se você viu o trailer (e teve que ser trancado na Torre de Londres para poder perdê-lo) você já sabe que Sherlock Holmes é um ótimo filme de ação. Não é o corriqueiro gentleman afetado e adequado, que veste um sobretudo, fumando um cachimbo e dizendo que tudo é "elementar". Na verdade, ele não diz isso nenhuma vez. Este Holmes é inteligente, mas um tanto bagunçado, com o lado social um pouco prejudicado [ele é meio misógino e depressivo, além de paranóico, rsrsrs]. Ele também gosta de praticar artes marciais durante um caso ou se divertir lutando boxe nas arenas underground de Londres. Este é um Sherlock muito legal para a geração atual. Ele é tão rápido com ditos satíricos quanto é com um soco na garganta de um atacante repentino. Um dos prazeres do público é quando Holmes imagina como atacará um oponente detalhadamente, com seus pensamentos em slow motion, e depois executa os movimentos em tempo real (graças aos momentos “bullet-time” que foram usados de forma bastante econômica para que as pessoas não confundissem com uma citação de Matrix). Junto com sua extraordinária inteligência e habilidades para solucionar problemas, você tem uma combinação incrível para um herói de filmes. Sentiu o cheiro? Sim! É o aroma de uma "sequência".

Sim, Robert Downey, Jr. está ótimo como Sherlock. Se você já o curtiu no passado, especialmente em Iron Man, ou mesmo Chaplin, então você vai adorá-lo neste filme também.


Olá, Holmes. Você não teria algum Chianti [vinho]
em você, camarada? - Lord Blackwell (Mark Strong,

na frente) e Sherlock Holmes (Robert Downey, Jr., atrás)

Mas já chega de falar nele. Há outras figuras notáveis no elenco como Jude Law como parceiro-no-combate-ao-crime de Sherlock. Ele é bom. Simplesmente isso. Como o novo Sherlock, o novo Watson também derrota e bate nos bandidos. Eu gostei da idéia de Watson tentar seguir uma vida normal com sua noiva, Mary (Kelly Reilly), mas não precisa ser um Sherlock para ver que Watson adora o "jogo", não importa o quanto tente negar.

No começo parece que Lord Blackwood (Mark Strong) é o principal vilão do filme. É uma espécie de volta à velha rixa entre o científico (Holmes) e o sobrenatural (Blackwood). Embora Blackwood seja quase maligno e sua arte mágica o transforme em um adversário digno de Holmes, a galeria de vilões se expande gradualmente na medida em que a trama de desenrola.

Surpreendentemente, não há tanto de Rachel McAdams mas é bom vê-la quando aparece. Pode-se comparar Irene Adler com a “Mulher Gato” assim como Sherlock para “Batman”. Ela é das poucas pessoas que conseguem passar a perna em Holmes, não uma, mas duas vezes. Ambos têm "algo" entre si, mas suas ocupações impedem a relação, já que Sherlock deve prender criminosos e Irene é uma criminosa profissional. Embora as cenas entre McAdams e Downey, Jr. percam um pouco da química, são bem executadas.



Apenas as garotas más usam rosa....e um chapéu florido ....
carregando lindas rosas vermelhas. Sim, sou má, você sabe.
- Irene Adler (Rachel McAdams)

Em um pouco mais de duas horas Sherlock Holmes diverte do começo ao fim. Tem ação, mistério, viradas na trama e um pouquinho de romance. Os meninos irão gostar das lutas e as garotas adorarão as cenas de luta também. Ambos os sexos se divertirão com Holmes & Watson enganando todo mundo.

FONTE: http://movies.msn.com/movies/movie-critic-reviews/sherlock-holmes.9/

Captain Sir Richard Francis Burton: The Secret Agent Who Made the Pilgrimage to Mecca, Discovered the Kama Sutra and Brought the Arabian Nights to the West Captain Sir Richard Francis Burton: The Secret Agent Who Made the Pilgrimage to Mecca, Discovered the Kama Sutra and Brought the Arabian Nights to the West by Edward Rice



Eu já era curiosa a respeito desse aventureiro desde quando vi o filme "As montanhas da lua", que narra sua busca pela nascente do Rio Nilo. Essa sua façanha foi, no entanto, creditada pela Royal Science Academy para Livingstone. Estou lendo agora sua biografia em português, porém não imaginava que sua inteligência, argúcia e, ao mesmo tempo, simplicidade e complexidade eram tantas. Ele se interessava por tudo e, principalmente, em entender os costumes de todos aqueles com os quais convivia, a ponto de desenvolver um certo cinismo a respeito do comportamento de seus próprios compatriotas. Uma excelente leitura para quem se interessa por antropologia, história ou mesmo aventuras.

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Avatar





Inegavelmente Avatar é um ótimo filme. Mistura bem personagens humanos com os virtuais. Aliás, AVATAR, segundo o Houaiss, na crença hinduísta, é a descida de um ser divino à terra, em forma materializada [Particularmente cultuados pelos hindus são Krishna e Rama, avatares do deus Vixnu; os avatares podem assumir a forma humana ou a de um animal]. No caso do filme, o ser humano é que "sobe" ao mundo virtual e assume o corpo de um avatar que é criado de acordo com suas singularidades humanas, só que com alguns dons do povo de Pandora, que ainda têm uma estreita conexão com os outros seres naturais. Isso é uma alegoria, já apontada por Max Weber, do processo que o homem passou ao adotar o racionalismo como cosmologia, ou seja, o desencantamento do mundo, a separação natureza e cultura. Acho que é esse o principal mote de Avatar. Os humanos - como no séc. 19 - ávidos por explorar as riquezas e recursos naturais de Pandora, se vêem frustrados pelos nativos que, com sua visão de mundo, impedem seu acesso a estas riquezas. E qual o caminho mais fácil para consegui-la? A destruição do mundo nativo, que munido de arcos e flexas não têm chance contra o warfare humano. Será que vocês já viram esse filme antes? O filme se passa no século 22, mas é apenas uma repetição do que ocorreu no século 19 e parte do 20. O que não dá muita esperança para os que acreditam e pretendem um desenvolvimento sustentável, tomando como referência, agora no século 21 também, os resultados do COP15.
Enfim, Avatar, como Blade Runner, O Dia Depois de Amanhã, ainda mantém a certa teimosia humana de não renunciar à sua acumulação sem motivo, de adotar uma vida tecnológica, desligada das coisas, que paradoxalmente, nos torna humanos. Para Pandora, só resta mesmo recomeçar. Construir seu mundo a partir, não do zero, mas do um, já que para eles ainda sobrou a Árvore das Almas que ainda conecta seu povo com o seu passado.
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