Hoje o mundo estava com o olhar vidrado na TV para saber quem seria o novo papa. As emissoras faziam suspense, os telespectadores e espectadores na Praça de S. Pedro rezavam. Foi eleito o esperado: Ratzinger (78), o 1º papa alemão desde a Idade Média. Denominou-se o novo papa de Bento XVI que, em suas primeiras declarações, se coloca como um humilde trabalhador da vinha do Senhor. Mas, por trás dessa aura de bondade e santidade, está um papa conservador, que provavelmente continuará se negando a discutir coisas sérias e fundamentais para quem pratica a fé católica, como por exemplo, a ordenação de mulheres, a permissão dos padres casados celebrarem missa, o aborto (em casos de perigo para a mãe ou o feto), a eutanásia etc. Estas são questões importantes, que estão postas na atualidade e que o fundamentalismo de alguns setores da(s) Igreja(s) mundiais se recusam a encarar. A sociedade escolheu um caminho e as religiões têm escolhido o caminho da tradição inquestionável. Quanto a mim, acho uma pena que a ala conservadora da Igreja Católica tenha vencido. E venceu de goleada pela brevidade da votação. No mais, vamos aguardar para ver se este novo papa terá o mesmo carisma de João Paulo II e, talvez, vã esperança, surpreenda abordando temas que a comunidade católica mundial espera há muito tempo.
Mas pelo jeito, as coisas não serão assim. Os jornais do mundo inteiro publicam perfil do novo papa e há uma unanimidade: ele é ultraconservador e condena a união entre gays e adoção de crianças nesses casos. Além disso, é contra o sacerdócio das mulheres e a comunhão aos divorciados que voltarem a se casar[Folha Online, 19/04/2005].
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